segunda-feira, outubro 30, 2006

Amor Puro

"Quero fazer o elogio do amor puro.Parece-me que já ninguém se apaixona de verdade. Já ninguém quer viver um amor impossível.Já ninguém aceita amar sem uma razão. Hoje as pessoas apaixonam-se por uma questão de prática.Porque dá jeito.Porque são colegas e estão ali mesmo ao lado.Porque se dão bem e não se chateiam muito.Porque faz sentido. Porque é mais barato, por causa da casa.Por causa da cama.Por causa das cuecas e das calças e das contas da lavandaria.Hoje em dia as pessoas fazem contratos pré-nupciais, discutem tudo de antemão, fazem planos e à mínima merdinha entram logo em "diálogo". O amor passou a ser passível de ser combinado. Os amantes tornaram-se sócios. Reúnem-se, discutem problemas, tomam decisões. O amor transformou-se numa variante psico-sócio-bio-ecológica de camaradagem. A paixão, que devia ser desmedida, é na medida do possível. O amor tornou-se uma questão prática. O resultado é que as pessoas, em vez de se apaixonarem de verdade, ficam "praticamente" apaixonadas.Eu quero fazer o elogio do amor puro, do amor cego, do amor estúpido, do amor doente, do único amor verdadeiro que há, estou farto de conversas, farto de compreensões, farto de conveniências de serviço. Nunca vi namorados tão embrutecidos, tão cobardes e tão comodistas como os de hoje.Incapazes de um gesto largo, de correr um risco, de um rasgo de ousadia, são uma raça de telefoneiros e capangas de cantina, malta do "tá tudo bem, tudo bem", tomadores de bicas, alcançadores de compromissos, bananóides, borra-botas, matadores do romance, romanticidas. Já ninguém se apaixona? Já ninguém aceita a paixão pura, a saudade sem fim, a tristeza, o desequilíbrio, o medo, o custo, o amor, a doença que é como um cancro a comer-nos o coração e que nos canta no peito ao mesmo tempo?O amor é uma coisa, a vida é outra. O amor não é para ser uma ajudinha. Não é para ser o alívio, o repouso, o intervalo, a pancadinha nas costas, a pausa que refresca, o pronto-socorro da tortuosa estrada da vida, o nosso "dá lá um jeitinho sentimental". Odeio esta mania contemporânea por sopas e descanso. Odeio os novos casalinhos. Para onde quer que se olhe, já não se vê romance, gritaria, maluquice, facada, abraços, flores.O amor fechou a loja.Foi trespassada ao pessoal da pantufa e da serenidade.Amor é amor.É essa beleza. É esse perigo. O nosso amor não é para nos compreender, não é para nos ajudar, não é para nos fazer felizes. Tanto pode como não pode. Tanto faz. É uma questão de azar. O nosso amor não é para nos amar, para nos levar de repente ao céu, a tempo ainda de apanhar um bocadinho de inferno aberto.O amor é uma coisa, a vida é outra. A vida às vezes mata o amor. A "vidinha" é uma convivência assassina. O amor puro não é um meio, não é um fim, não é um princípio, não é um destino. O amor puro é uma condição. Tem tanto a ver com a vida de cada um como o clima. O amor não se percebe. Não dá para perceber. O amor é um estado de quem se sente. O amor é a nossa alma. É a nossa alma a desatar. A desatar a correr atrás do que não sabe, não apanha, não larga, não compreende. O amor é uma verdade. É por isso que a ilusão é necessária. A ilusão é bonita, não faz mal. Que se invente e minta e sonhe o que quiser. O amor é uma coisa, a vida é outra. A realidade pode matar, o amor é mais bonito que a vida. A vida que se lixe. Num momento, num olhar, o coração apanha-se para sempre.Ama-se alguém. Por muito longe, por muito difícil, por muito desesperadamente. O coração guarda o que se nos escapa das mãos. E durante o dia e durante a vida, quando não esta lá quem se ama, não é ela que nos acompanha - é o nosso amor, o amor que se lhe tem.Não é para perceber. É sinal de amor puro não se perceber, amar e não se ter, querer e não guardar a esperança, doer sem ficar magoado, viver sozinho, triste, mas mais acompanhado de quem vive feliz. Não se pode ceder. Não se pode resistir.A vida é uma coisa, o amor é outra. A vida dura a vida inteira, o amor não.Só um mundo de amor pode durar a vida inteira. E valê-la também."
Texto de Miguel Esteves Cardoso

Não pense o caro público que este texto tem um objectivo, pode ser coicidência ou não...
Mas este texto diz tudo! E é lindo e com muito de verdade.
Para mim o amor pode surgir num olhar, mas ai nao lhe chamo amor, porque amor puro cresce, desenvolve-se, não em dias, não em meses, mas o tempo que achar necessário para se revelar e fazer-se sentir. Mostrar que existe...
Retirei este texto e a frase do post anterior de um blog muito bom :
http://friopolar-hanna.blogspot.com
"Morre lentamente quem evita uma paixão, quem prefere o negro sobre o branco e os pontos sobre os "is" em detrimento de um redemoinho de emoções justamente as que resgatam o brilho dos olhos, sorrisos dos bocejos, corações aos tropeços e sentimentos."
(Pablo Neruda)

sexta-feira, outubro 27, 2006

Free Hugs

Free Hugs

Não resisti... Encontrei este video no blog da Mafalfa Veiga.
Decidi partilhar! Os meus são sempre dados com muito amor para quem os queira receber! Não se preocupem, não se esgotam ;)
BB


"Sometimes, a hug is all what we need.
Free hugs is a real life controversial story of Juan Mann,
A man whos sole mission was to reach out and hug a stranger to brighten up their lives.
In this age of social disconnectivity and lack of human contact, the effects of the Free Hugs campaign became phenomenal.As this symbol of human hope spread accross the city, police and officials ordered the Free Hugs campaign BANNED. What we then witness is the true spirit of humanity come together in what can only be described as awe inspiring.In the Spirit of the free hugs campaign, PASS THIS TO A FRIEND and HUG A STRANGER! After all, If you can reach just one person..."

quinta-feira, outubro 26, 2006

Quote

"Quis ver até onde ia a estupidez humana. Concluí que não tem limites"
Ándré Maurois (Émile Herzog) 1885-1967

sábado, outubro 21, 2006

Try Again

"... the roses
I gave you
are suddenly fading
along with our love

Who cares
the credits are rolling
love's just a movie
there's always an end

Love is what it is
It just is..."


Lucia Moniz - Try Again

quinta-feira, outubro 19, 2006

Desabafo

Estou eu dentro de quatro paredes...
Está escuro e eu estou só.
Finalmente posso fazer o que quero:

AAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA
AAAAAAAAAAAAAAAAAAAHHHHHHHH
HHHHHHHHHHHHHHHHHHH!!!


Não tenho mais a acrescentar.

quarta-feira, outubro 18, 2006

O livro é...

Desculpem... Mas não resisti!!

"O livro é um mestre que fala mas não responde."
Platão

"Livros não mudam o mundo, quem muda o mundo são as pessoas. Os livros só mudam as pessoas"
Mário Quintana

sábado, outubro 07, 2006

Romantismo

Bom... Ontem a noite perguntaram-me o que é o romantismo para mim, não o romantismo inserido na corrente musical e da literatura do século XIX, mas o romantismo nos dias de hoje, século XXI.
Eu respondi o que era ser-se romântico, mas não era isso que queria ouvir.
Sei o que é ser-se romântico mas não sei o que é o romantismo em si. Ao que depois fui eu questionar "então o que é o romantismo para ti?".
No meio de tanta confusão de palavras e opiniões que não conseguiu exprimir, entre cenários e reproduções de cenários não fiquei convencida com a sua resposta.
"T.P.C." evidenciou, "saber dizer o que é o romantismo".
Fiquei a pensar nisto até que há uma da manhã (não pensem que fiquei acordada de propósito mas cheguei tarde e ainda tive de fazer o jantar... uma bela lasanha de atum aquecida no microondas =P ), enviei-lhe a mensagem com a minha definição de romantismo.
Ora aqui vai:
Romantismo é querer fazer a outra pessoa feliz.
Que tal? Parece-vos bem?
Romantismo é querer fazer a outra pessoa feliz... para mim isto é a definição correcta. É querer fazer a outra pessoa sentir-se bem, faze-la rir, compreende-la. Fazer com que se sinta bem com ela própria e contigo. Fazer com que se apaixone cada vez mais por ti.
As flores, os chocolates, os passeios ao luar e a beira mar, as mãos dadas, tudo isto são meros complementos (também eles com a sua dose de importância).
À pessoa que me fez esta pergunta estou à espera da resposta, afinal o que é para ti o romantismo??